BREVE INSTRUÇÃO CATÓLICA

10-12-2013 13:29

Deus é um ser infinito e eterno. Não tem corpo, porque é espírito, e não pode ser percebido por nossos sentidos. Subsiste em três Pessoas distintas, que são Pai, Filho e Espírito Santo. O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.

Criou Deus o céu e a terra, e tudo que contém o céu e a terra. Os anjos e os homens são as mais perfeitas criaturas de Deus. Muitos anjos gozam da eterna bem-aventurança, porém, grande número deles, por causa da sua soberba, foram para sempre privados dela e eis que se tornaram merecedores das penas eternas do inferno, depois da sua queda; chamam-se demônios.

Adão e Eva, os primeiros homens criados por Deus, em estado de santidade e de justiça, desobedeceram a Deus, comendo de um fruto que Ele lhes proibira, e comunicaram este pecado aos seus descendentes, tornando-os assim todos réus deste pecado, que se chama original.

Por este pecado foram os homens condenados a morrer, e nascem sujeitos a toda espécie de trabalhos e enfermidades. Mereciam ser condenados eternamente a estas misérias, porém, Deus, por um puro efeito da sua infinita misericórdia, fez aos homens uma graça, que não fez aos anjos, prometendo-lhes e enviando-lhes um Redentor e Salvador, que é o seu único Filho, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o mesmo Deus. O Filho de Deus fez-se homem por obra do Espírito Santo no ventre de uma Virgem, e nasceu desta Virgem chamada Maria. Chama-se Jesus Cristo o Filho de Deus feito homem.

Jesus Cristo, depois de ter vivido trinta e três anos, pouco mais ou menos, quis padecer o suplício da cruz, para reconciliar os homens com Deus por meio do seu sangue. Pôncio Pilatos, governador da Judéia, o condenou à morte a pedido dos judeus. O corpo do nosso Divino Redentor foi colocado num sepulcro, e sua alma desceu aos infernos para de lá tirar as almas dos justos que ali estavam à espera que Jesus Cristo abrisse as portas do céu. Ao cabo de três dias sua alma tornou a unir-se com seu Corpo, de forma que ressuscitou e saiu glorioso do sepulcro. Depois da sua ressurreição, permaneceu Jesus Cristo quarenta dias no mundo, e no quadragésimo [dia] subiu ao céu na presença de seus discípulos. Está no céu, sentado à mão direita de Deus Pai, de onde um dia descerá ao mundo para julgar a todos os homens e recompensar a cada um segundo as suas obras.

Jesus Cristo, depois da sua ascenção, enviou aos homens o Espírito Santo para consumar a obra da sua santificação, e a formação da Igreja Cristã, que é a congregação dos fiéis, de quem Jesus Cristo é Cabeça invisível e o Papa Cabeça visível e seu vigário na terra. Esta congregação subsistirá até o fim dos séculos. Para que o homem obtenha a salvação é necessário ser membro da Igreja, crer no que ela crê e praticar o que ela ensina. Ninguém pode ser membro da Igreja sem receber o perdão dos pecados; e o poder de os perdoar é uma prerrogativa que Deus não concedeu a ninguém senão a Igreja. No fim do mundo virá Deus julgar os vivos e os mortos, que receberão o castigo ou a recompensa segundo as obras que tiverem praticado.

As verdades que acabamos de mencionar acham-se contidas no Credo [Apostólico].

Para que o homem tenha parte na ressurreição gloriosa e na vida eterna, não basta ter sido membro da Igreja; é mister ter vivido e morrido cristãmente, isto é, ter evitado o pecado, praticado a virtude e obedecido a Deus e à Igreja.

Pecado é tudo quanto desagrada a Deus. Virtude é o que nos aproxima de Deus. São sete os pecados principais ou capitais [soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça], assim denominados por ser cada um deles origem de muitos outros. As virtudes que nos conduzem a Deus são: a fé, [a] esperança e [a] caridade.

Fé é a crença das virtudes reveladas, é a origem de todas as virtudes.

Esperança é ter uma confiança certa em que Deus nos há de salvar pelos merecimentos infinitos de Jesus Cristo, Senhor nosso, fazendo nós, da nossa parte, tudo quanto Ele quer e manda.

Caridade é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Para bem cumprirmos os mandamentos da Lei de Deus e os preceitos da Igreja, necessitamos do auxílio e graça de Deus, o qual a comunica por meio dos Sacramentos e da Oração.

A mais excelente oração que podemos dirigir a Deus é a que se chama Dominical ou Pai Nosso.

Cumpre venerar todos os santos que estão no céu, com a servos e amigos de Deus; porém, invocando-os e venerando-os, não os adoramos, e fazemos sempre grande diferença entre Deus e as criaturas. Rogando aos santos não os olhamos nem consideramos senão como nossos intercessores para com Jesus Cristo, que é o Medianeiro que nos remiu com seu sangue, e por quem podemos ser ouvidos e alcançar a salvação.

É mais racional e mais útil ser a nossa devoção de preferência entre todos os santos, com a Virgem Santíssima, Mãe de Jesus Cristo; por isso que a devemos considerar como Mãe nossa. A mais excelente oração que podemos dirigir à Virgem Santíssima é a que se chama Saudação Angélica ou Ave Maria.

Afora as orações particulares, devemos assistir as orações públicas da Igreja, principalmente na nossa paróquia. A mais excelente destas orações é o santo sacrifício da Missa, a qual devemos assistir com respeito e atenção, e unir-nos ao sacerdote que preside a Missa, porque oferece este santo sacrifício em nome de toda a Igreja.

Eis aqui tudo quanto os fiéis estão obrigados a saber e praticar para chegarem à vida eterna.